Home Sweet Home

Regressamos a Estocolmo há uns dias. Após um tempo fora - pareceu uma eternidade - tive a sensação que regressei a casa apesar de não saber bem por quanto mais tempo o será. É muito bom estar de volta e regressar à rotina de antigamente: os passeios matinais com o Francis - pelo menos quando ele acorda a horas decentes - os almoços com a Maja e a Amelia, as tardes no centro da cidade ou em casa a descansar, os piqueniques no parque, os domingos passados com a minha cunhada e o resto da família... admito que até tive saudades de ter que vestir mais uma peça de roupa do que o normal para esta altura noutro país mais a sudoeste! 

Sabem quem celebra hoje o seu primeiro aniversário? ♥ 

Här Är Jag!*

Hej, hej! 

Já que o titulo desta publicação está escrito em sueco - ver explicação no final do post - decidi que vos devia começar a saudar assim. Isto porque, depois de muitos meses a viver cá, posso finalmente dizer que já domino esta língua. Vá, não sou pró, mas cá me desenrasco. E falo sobre este assunto sem interesse para ninguém apenas porque não sei mais qual é a maneira correta de começar a escrever um post. Confesso: sinto-me uma estranha no meu próprio blogue. Provavelmente nem devia lembrar isto mas já se passaram cerca de QUATRO meses desde a última vez que cá vim! Uma vergonha. Shame on me. 

Ora, o que aconteceu nestes quatro meses? Muita coisa, muita mesmo. Tivemos muitos momentos felizes mas, infelizmente, também passamos e continuamos a passar por algumas dificuldades. Nada afetou a dinâmica da nossa pequena família de três mas temos pessoas muito próximas a viver momentos menos bons e com muitas incertezas em relação ao futuro. São coisas que nos deixam de coração apertado mas decidimos focar-nos mais em aproveitar os bons momentos que temos porque nunca sabemos quando tempo eles irão durar. Assim sendo, deixo-vos apenas com um pequeno resumo daquilo que de bom aconteceu nos últimos quatro meses. Só coisas boas, prometo: 

♥ O Francisco recuperou totalmente da sépsis. A maldita doença que nos assombrou por três meses. Felizmente no final tudo deu certo e o Francisco continua a crescer forte e saudável. E lindo, claro!

♥ O Paulo recebeu uma mega promoção, fruto de muitos anos de trabalho e sacrifício familiar. Com isto veio mais dinheiro e... mais trabalho, mais sacrifício e menos tempo passado com a família. Mais tempo passado em Londres e em São Francisco. Parece uma vida mega excitante, mas nem se atrevam a dizer isso à minha frente. Se eu já me queixava que ele trabalhava demais, imaginem agora. Mas talvez - realço o talvez - faça uma publicação, em breve, sobre a forma como isso alterou a nossa vida familiar.

♥ O meu irmão mais velho, padrinho do Francis, casou no final de Agosto. Foi uma cerimónia linda no sul de França - a cidade natal da minha nova cunhada. Nunca fui muito à bola com casamentos na praia mas acho que mudei de ideias. Foi uma cerimónia tão simples e delicada, tão bem planeada, um dia agradável. Antes de ser uma mãe babada, já era uma irmã super orgulhosa por isso é difícil expressar por palavras a felicidade que senti naquele dia.

♥ Baptizamos o Francisco no dia 1 de Setembro, em Portugal. Não sou uma pessoa muito religiosa, o Paulo muito menos, mas sabíamos que era algo importante tanto para a minha mãe como para os meus sogros. Fizemos uma cerimónia pequena, com  pouquíssimas pessoas. Convidamos apenas os avós, os padrinhos, e alguns amigos e familiares mais próximos. 

♥ O FRANCIS JÁ ANDA! Já deu os primeiros passos sem apoio e tivemos que insistir muito com ele para andar em vez de gatinhar. O padrinho deu-lhe um carrinho para ele se sentar e conduzir dentro de casa mas ele prefere ficar do lado de fora e empurrá-lo para todo o lado. Vi vários carrinhos de mão engraçados onde ele pode transportar várias coisas e estou a pensar comprar-lhe um para ver se ele se habituada a andar sem nenhum apoio, já está na hora! 

* Här Är Jag, em sueco, significa "aqui estou eu", em português, e é o nome da música favorita do Francis. Babblarna, que basicamente é uma banda de desenhos animados, é a nova sensação entre as crianças suecas e é o que mais se ouve cá em casa nestes dias. O Francis adora e já os tenta imitar a cantar algumas canções! Já lhe ofereceram todos os peluches que existem da banda e já sabe o nome de cada um deles - Babba, Bibbi, Bobbo, Dadda, Diddi e Doddo. O preferido dele é o Bibbi, o amarelo que tem forma de preservativo. Provavelmente não fomos os únicos pais a notar a forma estranha do boneco mas decidimos deixar esse assunto entre nós! 

O porquê da ausência

Não sei bem como começar esta publicação. É muito fácil escrever sobre coisas alegres, quando está tudo bem mas tudo muda quando escrevemos sobre os nossos medos, as nossas angústias e aquilo que de pior se passa na nossa vida.

Tudo começou há mais de um mês quando o Francis começou a sofrer com febres altas. Estávamos a passar um dias no Dubai e na altura pensei que seria apenas uma gripe mas mesmo assim decidimos levá-lo ao médico. Claro que nos culpamos por tudo e mais alguma coisa, principalmente por ter levado o nosso pequeno para tão longe, algo que provavelmente potenciou tudo isto. Tratamos de tudo para regressar novamente a casa mas não havia meio dele melhorar. Fomos novamente com ele ao médico e, após uma série de exames foi diagnosticado com uma infecção generalizada. 

Esteve internado durante 24 dias. Durante esses 24 dias foi examinado diariamente, a tudo. Foi um sofrimento horrível para ele, constantemente a tirar sangue e a ser picado em todo o lado. Não teve descanso mas, felizmente, reagiu bem ao antibiótico. 

Sempre ouvi dizer que, no caso de doenças, o Google é o nosso pior inimigo e é bem verdade. Quando soube do diagnóstico fui imediatamente ao Google e isso só piorou a situação. Fiquei revoltada por o meu pequeno estar a passar por esta situação e por ser uma doença grave que causa a morte a tantas crianças - e adultos. Chorei dias e dias seguidos, descontei no meu marido... Enfim, foram literalmente uns dias de merda. 

Felizmente foi diagnosticado num estado precoce e devidamente tratado. Hoje parou com o antibiótico mas continuará a fazer visitas regulares ao médico. Está a ganhar força a cada dia que passa, nos últimos dias já voltou a ganhar peso mas ainda existe muito receio da nossa parte. Aparentemente irá recuperar totalmente, sem qualquer sequela. É um pequeno guerreiro ♥ 

The Chainsmokers, Tele2 Arena

Ontem fui a um concerto pela primeira vez desde que fui mãe. Quando soube que os The Chainsmokers vinham dar um concerto a Estocolmo tentei convencer o Paulo a ir comigo. Infelizmente foi sem sucesso mas lá consegui arranjar companhia para ir comigo.

Não me posso considerar fã da banda. Não conheço todo o seu repertório nem fazem parte das minhas bandas favoritas mas até gosto bastante de várias músicas deles. Por essa razão, ir ao concerto deles já me pareceu ser uma boa ideia - e logo eu, que não sei dizer que não a um concerto, mesmo que mal conheça a banda ou o artista em questão!

Como com o Paulo não resultou - Chainsmokers não é para ele - falei com a minha amiga Maja - já vos falei dela aqui - e ela aceitou na hora. Deixamos os homens em casa a tomar conta dos filhos e lá fomos nós. Levamos a irmã mais nova dela que cantou as músicas todas do início ao fim do concerto - isso sim, é ser fã! - e curtimos à brava. Já há muito tempo que não me divertia tanto assim e foi tão bom que no final lá prometemos fazer isto mais vezes!

Quanto à banda em si, não posso dizer que foi dos melhores concertos que já vi. Superou as expectativas, é certo. Tocaram os seus melhores êxitos - e ainda bem, senão não ia conhecer música nenhuma! - e deram um espetáculo que praticamente nos fez saltar do início ao fim. Passei o concerto tão envolvida nas músicas deles e na energia que transmitiram que mal dei pelo tempo passar. Posso dizer que valeu bem a para ir ver esta banda!

Verbier: Dia 2

Olá, olá!
Segundo dia em Verbier. Ontem passei o dia quase todo no hotel com o Francis, a Nadine e o Daniel - os filhos do primo do Paulo. Já que não posso ir para as montanhas, não me custou nada ficar com os miúdos enquanto os pais foram aproveitar o bom tempo para fazer escalada no gelo. Passamos o dia quase todo no hotel. Demos uma volta pela vila e depois do almoço regressamos à nossa residência. Pode parecer algo aborrecido mas foi tudo menos isso! Aproveitamos para fazer a sesta - que bem que soube! - vimos desenhos animados, demos um pulo à piscina coberta e enchemos a barriga de chocolate quente no final do dia. Foi um dia muito aconchegante.
Hoje, para já, estamos no hotel. O Francisco está a dormir portanto não vamos sair para já. Não sei como vai ser resto do dia, visto que os outros miúdos foram com os pais, mas provavelmente vou-me dedicar a uma tarde de compras. 
Amanhã o Paulo quer ir para Mont-Gelé. Ontem descobrimos que o resort onde estamos hospedados tem creches e babysitters disponíveis para tomar conta dos miudos durante o dia. Nunca deixamos o Francis numa creche mas parece-me uma boa opção para aproveitar um pouco mais estas férias e as imensas actividades que por aqui existem!

Fórmula: para já, não!

Algumas pessoas ficam espantadas quando afirmo que o Francisco, agora com cinco meses, não toma leite artificial. Outras nem acreditam em mim, devido à constituição do Francisco. O Francis não está nem acima do peso nem abaixo, é um bebé perfeitamente normal e a bebe exclusivamente leite materno. 

Tive alguns problemas nos primeiros dias de vida dele para lhe dar o peito. As primeiras semanas foram bastante dolorosas. Por diversas vezes quis desistir e arranjar outra alternativa para o alimentar mas, felizmente, as enfermeiras do hospital foram bastante rígidas e nunca me deixaram fazê-lo. Deram-me dicas, ensinaram-me a fazê-lo corretamente e a encontrar um ponto de equilíbrio entre mim e o bebé. Com o tempo foi-se tornando mais fácil e tolerável, até chegar ao ponto em que amamentar deixou de ser um sacrifício. Hoje sei que foi o melhor que fizeram pelo Francisco.

Comecei a bombear o leite materno e a dar-lhe biberão sempre que precisava de me ausentar por um período de tempo mais alargado. Tive o receio que ele se habituasse ao biberão e rejeitasse o peito mas felizmente tal não aconteceu. Ainda assim, fiz sempre questão que ele tomasse apenas leite materno - chegando até a congelá-lo, para ter a certeza que nunca lhe faltava quando estive fora. Além disso, como para já tenho leite suficiente e o Francis continua a ganhar peso normalmente, o médico aconselhou-me a não lhe dar fórmula enquanto ele não precisar. 

Confesso que desde que fui mãe me tornei uma pessoa bastante insegura em relação a certos aspetos - principalmente à alimentação do bebé - então deixo-me afectar por certos comentários mais depreciativos que me fazem. Felizmente tenho a sorte de ser acompanhada por um médico muito profissional e por um marido que me tem dado bastante apoio e facilmente me tira os "macaquinhos" da cabeça. O Francis é um bebé feliz e saudável por isso alguma coisa estamos a fazer certo!